sábado, 19 de junho de 2010

Maleabilidade

Houve um tempo em que eu era como um monte de argila nas mãos de uma criança. Era maleável e me moldava ao menor capricho de pessoas que não eram nem um pouco artistas. Eu era uma espécie de "criança de barro", moldando-me sorrateiramente à procura de mestres e heróis.

Todas as crianças são assim. Os adultos vão nos moldando com o que tem de melhor (ou pior). Cada um dá o melhor de sí. Assim fui crescendo e, heróicamente, conquistando meu espaço. E as asas da liberdade começaram a apontar um rumo. Então, a criança que era moldada com argila pelas mãos errantes de qualquer um, tornou-se como o cobre dos escudos mais rígidos, capaz de quebrar qualquer espada.

E, neste momento, comecei a realizar meus sonhos e fantasias, voando sem limites e sem medo do que um dia afligira a Ícaro. E minhas asas não derreteram, nem minhas pernas cederam ao cansaço, nem minha visão ficou embaçada, nem meus lábios ficaram trêmulos.

Mas talvez você não entenda o que eu quero dizer. Talvez ainda seja de argila, moldando-se a cada ser humano que passa em sua vida, a cada um que diz que te ama e logo depois te deixa. Ainda está preso à idéia de que a felicidade é um estado imaginário.

Mas imagine... e se você estiver errado? E se todos estiverem errados?

Faça hoje um vôo profundo. Estou indo.

Quer vir comigo?

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